A decisão

          Bom dia!

          Sábado de sol... vento ainda frio... mas um lindo dia. Acordei animada, fiz hidroginástica, tomei aquele banhão digno de uma lady...rs.

          Hoje a tarde vou ao chá de bebê da minha prima, a noite um aniversário... pretendo maneirar nas guloseimas, aliás vou anotar o que comer, eu não estou ficando neurótica... apenas estou tentando adquirir disciplina. Aliás eu acredito ser o principal pilar de qualquer sucesso na vida... disciplina... tão fácil de falar e tão difícil de praticar.

          Após uma vida de efeito sanfona, em setembro do ano passado (2010) eu cheguei a um ponto crítico... IMC 48,54... ia em lojas plus size e mesmo lá não encontrava roupas, me sentia desanimada, uma preguiça aguda... estava no fim da linha... decepcionada comigo mesma. Como uma mulher inteligente, bem sucedida, estudiosa... se permite chegar a esse ponto? era o que se passava na minha mente, o que deixava pior. Se fosse pelo meu pai eu faria redução de estômago, dissera que venderia o carro, pagaria e tudo mais... ele ficava triste por mim e por essa situação, também por ter passado por isso, considero que isso é traumático para ele. Eu não acho que uma cirurgia resolveria meu problema... sempre falei... "não quero ser uma gostosa triste"... pois comer é bom, e as vezes é ótimo fazer brigadeiro e comer na panela... são pequenos prazeres da vida que hoje, aos 26 anos, eu não quero perder.

          E o que fazer quando é necessário perder mais de 30kg para ficar uma "gordinha normal"? Resolvi voltar ao meu endocrinologista, que minha avó viu pela televisão, num programa desses de mulheres à tarde em 2007 e anotou o telefone. Aliás... de todos os tratamentos milagrosos, os profissionais da área, esse médico foi uma bênção, um acerto em meio a tantas coisas mentirosas para iludir os obesos. Já havia começado um tratamento em 2007, tomei medicação, emagreci, e abandonei o tratamento... como sempre. 

          Eu sei toda a problemática que envolve o uso de inibidores de apetite, efeitos colaterais... mas o pior no meu caso é que desde criança fui tratada com homeopatia, fitoterapia, conheci uma neosaldina na época de faculdade, dá para contar nos dedos as vezes que tomei antibiótico... imagina como é tomar remédios controlados, tarja preta, para uma pessoa que evita remédios? Então... sempre tomava uns 3 meses, quando emagrecia, parava rapidamente. Dessa vez eu tomei uma decisão, esse seria o último tratamento que eu iria  começar do zero... sei que a obesidade é uma doença, que vou ter que me controlar a vida toda, mas nunca mais me permitiria chegar aquele ponto... tomaria os remédios o tempo que fosse necessário para eliminar peso e manter (o que considero o mais difícil), faria tudo para manter esse objetivo.

          Fui ao médico... fiz exames de rotina... e pasmem... não tinha nada alterado, só o nível de TSH estava 6.4, o normal é no máximo 5.0... o médico prescreveu um remédio para regular a tireóide, argumentei que nunca havia dado alteração nos níveis de hormônio da tireóide e que não gostaria de tomar mais um remédio além dos inibidores... começaria dieta, faria exercícios, se tivesse dificuldade para eliminar os muitos quilos extras, tomaria o tal remédio para tireóide. Tinha certeza que minha tireóide estava "muito bem, obrigada" só estava sobrecarregada, assim como meu joelho, tornozelo, etc.

          Assim iniciei minha jornada... em setembro do ano passado... me matriculei numa academia, raramente ia na musculação, acho massante... porém sempre gostei de dançar, mesmo daquele tamanho, com pouca agilidade, me sentindo totalmente uma estranha no ninho, peguei um óleo de peroba, passei na minha cara de pau, e comecei a frequentar as aulas de dança de salão da academia, lá conheci a dança chamada ZOUK (hoje sou apaixonada), também fazia forró e samba-rock. Por obrigação tentava fazer musculação 2 dias por semana e a dança era sagrada. Junto com uma alimentação saudável em pouca quantidade, comendo a cada 3 horas, me permitindo uns pecadinhos aos finais de semana, até dezembro eliminei 20kg.

          Hoje estou mantendo o peso de dezembro, com muito sacrifício, tomando remédio, dançando, mas com uma grande indisciplina alimentar, o que estou tentando melhorar. Eu não tenho uma meta audaciosa do tipo vestir manequim 42, afinal nunca fui assim, meu desejo é não ser obesa, não estar dentro das estatísticas médicas de hipertensão, diabetes, câncer, etc. Eu preciso eliminar mais 20kg para ser uma "gordinha normal", para me sentir bem comigo mesma, fazer todas as coisas que eu gosto sem restrições (tipo esportes radicais), ainda há uma boa caminhada até lá... e vou compartilhar as dificuldades e o sucesso através desse blog. 

          Com muito custo encontrei uma foto dessa época... claro que eu as evitava, só aparecia meu rosto atrás de todos... e quem me conhece sabe que eu sou maníaca por foto, tirar foto, sair na foto... a câmera está sempre na bolsa, porém dessa época tenho quase só fotos de rosto, essa encontrei nos arquivos da câmera da família. E que susto ao me ver assim, e que alívio ao saber que hoje estou muito melhor.

Eu antes...

Eu hoje...